Crítica: Roma


Roma, novo filme do aclamado diretor Alfonso Cuáron, é a pura beleza da simplicidade. O nome não se refere à histórica capital italiana, mas sim a um bairro do México, onde a história se passa em meados dos anos 70, período no qual o país passava por fortes revoluções sociais.

Tendo isso como pano de fundo, conhecemos Cleo (Yalitza Aparicio), a empregada de uma família de classe média que logo nos encanta com sua doçura e que, ao longo de um ano, irá passar por provações que irão moldar sua personalidade e até destruir sua ingenuidade, mas nunca lhe tirar de suas obrigações mundanas. Por outro lado vemos sua patroa (Marina de Tavira), que vê o sonho da família perfeita se desmoronar, sendo abandonada pelo marido e que agora busca forças para não perder a esperança e que nenhum desses problemas reflita em seus filhos.

Cuáron sempre foi conhecido por filmes com fotografias incríveis, como Gravidade e Filhos da Esperança, mas é em Roma que ele alcança seu ápice visual. O diretor, que também escreveu o roteiro, assina a fotografia usando de técnicas antigas, o filme é todo em preto e branco e abusa de planos abertos, com movimentos de câmera similares a filmes dos anos 50. Em contraponto, apesar do visual clássico, o filme é bem tecnológico, sendo filmado em 65mm e lançado exclusivamente em uma plataforma de streaming, um fenômeno que está revolucionando a indústria cinematográfica.

Roma chega como um forte candidato ao Oscar de 2019 em várias categorias, incluindo Melhor Filme, mostrando como o trabalho de Cuáron vem evoluindo conforme os anos e deixando-o como um dos melhores cineastas da atualidade.


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