No último 8 de Março, tivemos o retorno de um dos jogos de maior sucesso da Capcom: Devil May Cry voltou com o lançamento do seu quinto jogo, depois de mais de dez anos de pausa - em 2013 houve uma tentativa da empresa de fazer um reboot da franquia, com DmC, que não foi bem aceito pela crítica ou pelos fãs.
Devil May Cry é uma das franquias de maior sucesso da empresa, juntamente com Resident Evil, Street Fighter e Megaman. Jogos no estilo Hack & Slash tiveram seu auge nos anos 2000, batendo de frente com o estilo RPG que ofereciam uma experiência mais rica para os jogadores, mas fazem muito sucesso até os dias de hoje.
Dentro do game, alguns anos se passaram desde o quarto jogo da franquia. Somos então apresentados a um Dante um pouco mais velho, embora isso nem de longe queira dizer que ele esteja diferente do personagem que todos gostam. Devil 5 é uma salada de referências, e mesmo trazendo tudo o que foi de mais legal nos jogos anteriores, conseguiu criar uma identidade própria, tão cativante quanto seus antecessores.
Nessa nova história, uma árvore gigantesca chamada Qliphoth, cujas raízes começam no mundo inferior, está crescendo e se espalhando pela Terra, fazendo com que demônios invadam cidades inteiras e aterrorizem as pessoas. Dante recebe o cliente V, um homem misterioso que conta a ele sobre a Qliphoth, dizendo que isso tudo foi causado por um demônio poderoso chamado Urizen. Com a ajuda de Nero, personagem estreado em Devil May Cry 4, Lady e Trish, Dante e V partem para resolver esse assunto. O que ele não esperava é quem estaria por trás disso tudo.
O novo jogo possui easter eggs dos anteriores espalhados pelo enredo, até mesmo o anime lançado em 2007 ganhou uma rápida referência. Ou seja, quem acompanha a trama desde o começo vai se sentir saudoso, e quem está chegando agora vai se encantar com a atmosfera e com personagens cativantes.
Mas quem é fã da Capcom deve ter sentido um frio na barriga, alguns anos atrás. Pensar que uma empresa grande como esta passou por problemas financeiros, pode parecer piada, mas a verdade é que em meados de 2013-2014 ela andou mal das pernas.
A empresa esteve na ativa desde os anos 80, fazendo jogos de vários estilos diferentes, sempre dando ênfase a um gameplay marcante, onde cada fase, cada sala, cada dungeon, cada detalhe contava, o que faz você terminar o jogo e querer começar de novo. Um bom exemplo disso é Resident Evil 4, conhecido por suas dezenas de segredos, itens e caminhos escondidos que você só pode encontrar se jogar mais de uma vez. Essa preocupação em trazer um gameplay de qualidade fez a Capcom uma das maiores empresas japonesas no ramo dos games.
Entretanto, na sétima geração dos videogames, a empresa começou a decair. Primeiro, com o cancelamento de dois jogos da franquia Megaman, que estavam anunciados a pelo menos dois anos, deixando os fãs bem irritados com a empresa. A segunda bomba: Street Fighter 4 foi o responsável por colocar os jogos de luta lá em cima novamente, depois de uma grande baixa em 2001. O problema é que, logo depois, a Capcom lançou Super Street Fighter 4 como um jogo à parte, ou seja, quem comprou o jogo anterior teria que comprar o novo com o valor integral, sem nenhum desconto. A empresa sempre usou essa artimanha em seus jogos de luta para dar upgrades, mas na época do cartucho isso era viável. Hoje em dia, não.
Nesse meio tempo, vários YouTubers fizeram vídeos detonando a postura da empresa, alguns sendo bem realistas e ainda botando fé que ela iria mudar, outros apenas pelo prazer em tentar destruir a reputação da Capcom.
Depois de todas essas pedradas, em 2012 parece que a Capcom finalmente começou a aprender a lição e lançou Resident Evil Revelations, o jogo mais aclamado desde Resident Evil 4. Em 2015 eles lançaram Resident Evil Revelations 2 e encerraram a sétima geração dos games, dando início às produções para os novos consoles.
A virada começou mesmo em 2017, com o lançamento de Resident Evil 7. Eles começaram a usar captura de movimentos com um equipamento novo chamado RE-Engine, capaz de renderizar texturas com uma qualidade quase realista, principalmente tecidos e pele humana, o que acrescentou ainda mais qualidade aos seus trabalhos. Depois disso, a Capcom voltou a lançar apenas sucessos: Monster Hunter World, Megaman, Resident Evil 2 Remake e, finalmente, Devil May Cry 5.
Mesmo que estes últimos jogos tenham trazido mais do mesmo, ainda assim é o mais do mesmo que todo mundo gosta de jogar e que fazia da Capcom uma das campeãs de vendas em outros anos. Com isso, ela está se reerguendo novamente no mercado.
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