Gantz e os limites da humanidade



                Gantz é um polêmico anime que divide opiniões. A história é basicamente sobre salvar a humanidade de alienígenas e monstros com a ajuda de uma máquina desconhecida – uma esfera negra – que reúne algumas pessoas e lhes manda em missões de combate.
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                Parece simples, mas a verdade é que Gantz é bem complexo. O mangá é de autoria de Hiroya Oku, durou 13 anos e ganhou quatro adaptações cinematográficas. Este autor está de parabéns, ele conseguiu escrever sobre situações bizarras e traumatizantes, fazendo a história fluir naturalmente sem revelar os segredos.
                E Gantz tem bastante situações bizarras que deixam traumas nos personagens. A trama começa com o protagonista Kei Kurono, um adolescente egoísta e de índole duvidosa que acaba se encontrando com seu amigo de infância Masaru Kato, entretanto como os dois já não se viam a algum tempo, ele decide ignorar. No entanto, enquanto estavam aguardando o metrô, um bêbado cai nos trilhos e quem decide ajudá-lo é Masaru. E como se não fosse o suficiente, ele ainda se vira para Kurono e pede que o ajude. Kurono acaba se vendo forçado a ajudá-lo, uma vez que o outro estava gritando seu nome e todos estavam olhando em sua direção. Isso é um ponto que deixa bem claro o tipo de caráter que Kurono tem.
                Como se ter feito isso a contragosto não fosse o suficiente, ambos acabaram morrendo atropelados pelo metrô, já que ninguém mais quis ajudá-los a sair dos trilhos. Mas esse não foi o final, Kurono acordou numa sala estranha, com Masaru ao seu lado, ambos estavam inteiros e aparentemente vivos. Outras pessoas aguardavam nessa sala e uma esfera negra totalmente vedada estava ali.
                A verdadeira história acontece agora. Quando um certo número de indivíduos se completa, a esfera faz um anúncio de que mandaria eles em missões pelo Japão para que destruíssem alguns alienígenas. Assim, sem explicação nenhuma. E devido a vários fatores, eles acabam sendo obrigados a aceitar.
                Recheado de cenas pesadas, com mortes violentas e nudez excessiva, tudo sendo mostrado de maneiras chocantes e bem exageradas, isso contribui para que consigamos entender o clima tenso que se forma ao redor dos personagens principais que são simplesmente jogados em um campo de batalha bizarro. E também para que possamos nos colocar nos papéis dos personagens que estão ali, presenciando tudo. Eles eram pessoas normais, como é o caso de Masaru e Kei que eram estudantes comuns, e de repente se vêem obrigados a matar e ver seus colegas morrer.
                Gantz é um anime que funciona mais como uma obra de reflexão do que de entretenimento – mas é um prato cheio se você curte coisas, assim, tipo Game of Thrones. As situações simplesmente vão acontecendo sem explicação. Mas assim que você analisa, é uma clara crítica ao comportamento humano, colocando em pauta questões importante que não pensamos normalmente, como a banalização da violência e o valor de uma vida. Gantz não é apenas uma sobre uma matança entre humanos e aliens, mas sim, sobre a facilidade com que algumas pessoas conseguem fazer isso.
                A animação deixa muito a desejar e comete o mesmo erro que Fullmetal Alchemist: precisaram inventar um final, já que o mangá ainda estava sendo publicado. Os traços são consistentes e bem humanos, dando todo um ar realista para o mangá, o que nos deixa ainda mais chocados com a crueldade.
                A obra tem suas falhas, não espere uma história sem furos e que dão respostas a todas as perguntas. Inclusive depois do final, o que mais queremos é entender o que aconteceu. Porém é um mangá que marca a quem lê, recheado de discussões e sentimentos humanitários. É um tapa na cara necessário para pormos a mão na consciência.

Um comentário :

  1. Eu acho que você deveria ler mais mangás, porque essa obra não tem nada de humanitária e o tapa na cara não é necessário, é só gratuito mesmo o autor esquece de desenvolver muita coisa e cospe pseudo crítica social para uma obra pra adolescente se masturbar.

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