Para todos os Garotos Que Já Amei é um filme que assisti, no mínimo, cinco vezes (no máximo umas 10), desde sua estreia na Netflix em 2018. Eu acho uma história fofa, leve e sempre termino o filme com o coração quentinho e um sorriso no rosto. Então, as minhas expectativas para a sequência do longa estavam altas. E, talvez por isso, a culpa seja minha, mas fiquei um pouco desapontada.
O segundo filme da trilogia Para Todos os Garotos vem contar o que acontece depois do “felizes para sempre” de Lara Jean. Agora ela passou por todo o clássico “estou fingindo ser namorada do meu crush para ajudá-lo a fazer ciúme na ex dele” e está, de fato, namorando o crush dela. O sonho de todos nós! E pra ela, é isso: a vida dela se transformou no final feliz do conto de fadas. Só que ninguém contou pra Lara Jean que contos de fadas não existem, então ela vai ter que descobrir sozinha.
Vindo de alguém que não leu os livros, quero dizer que a nossa personagem principal cresceu muito de um filme para o outro. Ela parece mais preparada e madura para cuidar de si mesma e colocar seus sentimentos em primeiro lugar, mas ela ainda é uma adolescente experimentando uma série de situações pela primeira vez e isso, naturalmente, a deixa nervosa. Acho que a atriz, Lana, fez um ótimo trabalho, novamente, em capturar toda a essência da personagem, repassando, com suas inigualáveis expressões faciais, todas as confusões internas de Lara Jean e a tornando uma personagem com quem conseguimos nos identificar. Logo nos primeiros minutos do filme já estava sorrindo com suas atitudes e lembrando de me sentir exatamente assim com meu primeiro namorado.
Porém, eu achei o ritmo do filme estranho. Enquanto no primeiro a gente tinha uma clara noção de quando estávamos chegando no ápice e de quando estávamos chegando no final, dessa vez precisei olhar a barra de transmissão várias vezes porque não sabia em que ponto estava. Sabe quando você começa uma redação na escola com a letra grande porque acha que não tem assunto o suficiente pra preencher todas as linhas e no final tem que fazer a letra miudinha porque, de repente, percebe que não vai ter espaço o suficiente? Foi a impressão que esse filme me passou. Aconteceu muita coisa, mas ao mesmo tempo não aconteceu nada relevante, os problemas foram surgindo até os últimos minutos e as soluções se apresentaram corridas. Não fosse pelo crescimento individual de Lara Jean, que já notamos no início, pareceria que começamos e acabamos a história exatamente no mesmo lugar.
Além disso, eles não tiveram tempo o suficiente pra desenvolver a Stormy que tinha tudo pra ser uma personagem extremamente cativante: Uma senhora que mora num asilo, mas é elegante, adora uma bebida alcoólica e dá conselhos feministas perfeitos! Acho que ela era pra ser a figura materna da Lara Jean nesse filme, talvez seja no livro, mas invés disso é só uma personagem que aparece do nada pra dar dois conselhos e uma make over. Fiquei bem desapontada com ela.
Vale ressaltar que a representatividade da cultura coreana nesse filme veio mais forte. Eu gostei muito de aprender mais sobre as vestimentas tradicionais deles, sobre os rituais e até mesmo vocabulário. Foi tudo encaixado de forma singular e condizente com o roteiro.
Em suma, P.S: Ainda Amo Você é apenas uma história fofa de amor. Não me deixou com os sentimentos gostosos que o primeiro filme da franquia costuma deixar, então entre os dois eu fico com o primeiro. Mas, mesmo assim, estou ansiosa para saber o que vai acontecer no terceiro filme. As filmagens já foram concluídas, mas ele só deve sair em 2021. Vamos ver se realmente valeu a pena adaptar os três livros para Netflix, ou se teria sido melhor ficar apenas no primeiro.
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