A indústria cinematográfica brasileira vem crescendo cada vez mais e nada melhor do que citar as mulheres que fazem parte dela e cada vez mais vem ganhando espaço.
1. Helena Ignez
Hoje, com 80 anos, Helena Ignez, baiana de Salvador, teve grande importância no movimento da Bahia, gerando o Cinema Novo. Atriz e cineasta, cursava Direito quando se descobriu no meio artístico. Foi atriz numa época vanguardista, ícone do Cinema Marginal. Além de atuar em diversas obras, Helena dirigiu seis filmes, além de peças, dentre eles Canção de Baal, filme aclamado no Festival de Gramado.
2. Adélia Sampaio
Filha de empregada doméstica, Adélia Sampaio é a 1ª diretora negra do Brasil. Trabalhou como telefonista numa distribuidora de filmes ligados ao Cinema Novo. Seu grande sucesso: Amor Maldito conta a história de amor entre uma executiva e uma ex-miss que acaba em tragédia. Na época, o longa foi exibido como pornochanchada por conta da temática e a crítica de que o filme era muito mais que isso deu grande visibilidade. A cineasta foi homenageada no ano passado na 3ª Mostra de Cinema Sesc.
3. Jorane Castro
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Cineasta, fotógrafa e professora, Jorane Castro tem mais de 10 títulos em sua filmografia. Jorane, mulher paraense, é uma grande fã do regionalismo, "quero assistir, porque reconheci meu sotaque" foi uma das reações que recebeu de seu primeiro longa. Seu longa Para Ter Onde Ir, com suas protagonistas de ficção majoritariamente femininas, fala sobre a cumplicidade entre mulheres. Um de seus filmes favoritos é Café com Canela, filme de Glenda Nicácio (a qual falaremos a seguir) e Ary Duarte.
4. Glenda Nicácio
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Glenda Nicácio se formou na Universidade Federal do Recôncavo Baiano. É fundadora da Rosza Filmes, produtora de audiovisual no recôncavo da Bahia. Em seu maior sucesso, Café com Canela, Nicácio também explora o regionalismo, tendo a cidade de Cachoeira como uma das grandes estrelas de seu longa, no qual a diretora afirmou ser seu "plano A, B e C" para o site Mulher no Cinema. Diretora, produtora e diretora de arte, Glenda entrou em cartaz com Ilha, que foi selecionado para o 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
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5. Everlane Moraes
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Cachoeirana, filha de artista plástico que queria ser filósofo, e com irmão filósofo que queria ser cineasta, acabou se entregando ao cinema. Tem a arte perto de si deste muito cedo e sempre soube que queria fazer dela sua principal fonte. Mudando-se para Aracaju muito nova, é possível ver a cidade de sua infância como influência em suas obras como Caixa D'Água: Qui-lombo é esse? de 2012, que fala sobre a história de um bairro de Aracaju onde antes era um Quilombo. Militante do movimento negro, Moraes traz em suas obras reflexões sobre identidade racial e consciência.
6. Tatiana Lohmann
Diretora, fotógrafa e montadora, produziu desde longas a videoclipes. Com foco principal em documentários, recebeu o prêmio de Melhor Direção em Documentário por SLAM: Voz de Levante, em que se juntou com Roberta Estrela D'Alva para dirigir. No mundo documental e de curtas, seu foco é a relação com o mundo feminino, no entanto, seu primeiro longa: Solidão & Fé aborda a temática dos rodeios, em que a figura masculina é o protagonista. Solidão & Fé ganhou Melhor Filme pelo Júri Popular na Mostra de Cinema de Tiradentes.
7. Camila de Moraes
Jornalista e cineasta, Camila de Moraes foi a segunda mulher negra a dirigir um filme no circuito comercial do Brasil. Mulher negra e militante, Moraes traz para suas obras temáticas como a luta contra o racismo. Foi uma das três vencedoras do 4º Prêmio Donna e dirigiu o documentário O Caso do Homem Errado, contando o caso de Júlio César de Melo Pinto, vítima da violência policial, morto por ser confundido com um bandido próximo à sua casa. Júlio César era padrinho de seu irmão mais velho. Tendo essa temática como foco, Camila chegou a ser pré-selecionado pelo Ministério da Cultura para concorrer ao Oscar 2019 como Melhor Filme Estrangeiro.
8. Sandra Kogut
Graduanda em filosofia e comunicações, Kogut começou sua carreira documentando artistas que performavam em sua cidade. Sem deixar suas raízes de vídeos, Sandra também explora o mundo dos documentários, onde busca causar reflexão aos seus espectadores para questões sociais. Por volta de 1995, começou a trabalhar com Regina Casé, protagonista de seu mais novo longa: Três Verões.
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