Fonte: College Info Geek |
Longos dias e belas noites, leitores
Com a atual situação de quarentena que muitos estamos enfrentando, naturalmente recorremos às formas de lazer domésticas, como filmes, séries, jogos e também, os livros! Você já acompanhou por aqui nossa recomendação de séries e de filmes. Agora está na hora de nossos amigos paginados também serem indicados.
1 - O Vilarejo (Raphael Montes)
'O Vilarejo' conta sete histórias distintas que se passam em um mesmo vilarejo, no ano de 1589. O mote em comum é um padre e demonologista do local que faz a ligação de cada um dos sete pecados capitais a um demônio distinto, sendo os sete os responsáveis pela a invocação do mal que habita nas pessoas.
Raphael Montes é com toda a certeza um dos maiores destaques da literatura brasileira da atualidade. Seu livro mais recente: 'Bom dia, Verônica' vai virar série e o autor foi o roteirista dos filmes: 'A garota que matou os pais' e 'O garoto que matou meus pais', ambos retratando o caso de Suzane Von Richthofen. 'O Vilarejo' é uma leitura fácil e as histórias podem ser lidas em qualquer ordem, havendo um fio condutor que as entrelaça. A melhor parte é que o ebook está GRÁTIS pela Amazon por tempo limitado.
2 - VHS - Verdadeiras histórias de sangue (Cesar Bravo)
Já fizemos uma resenha completa sobre essa obra prima do autor brasileiro Cesar Bravo. Em 'VHS', somos transportados para a fictícia cidade de três rios, situada no interior paulista. A cidade serve de elo para as histórias apresentadas em formato de contos, muitas interligando-se, fazendo o leitor descobrir a cada página a fonte de malignidade e bizarrices que jorram desse local. Ao optar por utilizar contos, Bravo consegue captar diferentes tipos de público, alternando sua narrativa e prosa pelas histórias. A leitura é obrigatória para os fãs do terror literário, além do projeto gráfico que a editora Darkside books utilizou ser digno de admiração.
3 - O conto da aia (Margaret Atwood)
Acho que a situação que estamos vivendo é perfeito para lermos um livro que tenha um cenário distópico. Muitos já conhecem 'O conto da aia' por conta da série televisa, mas o que poucos sabem é que o livro foi publicado originalmente em 1985 e nunca provou-se tão atual. Nele, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes numa sociedade onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes. As universidades foram extintas e já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa. Nesse contexto, acompanhamos a vida de Offred, uma aia cuja única função é procriar, pois a maioria das pessoas tornou-se estéril. Em meio às suas funções e devaneios sobre a política local antes das mudanças radicais que ocorreram, a personagem discorre sobre sexo, amor, necessidade, sobrevivência e suicídio. O livro levanta vários questionamentos humanistas e reflexões que servem para qualquer pessoa, em qualquer lugar.
4 - O instituto (Stephen King)
Não poderíamos deixar o mestre de lado. Um dos autores mais populares e com um grande número de adaptações cinematográficas, Stephen King é um escritor que consegue evocar os mais diversos sentimentos de seus leitores. Em 'O instituto', somos apresentados a um universo onde crianças com habilidades de telecinese e telepatia são monitoradas por uma instituição desde seu nascimento e, ao atingirem a adolescência, são sequestradas e levadas para o instituto: um local no meio do nada que as testa e usa suas habilidades em prol da "paz mundial". Nesse ambiente, acompanhamos o jovem Luke, um garoto de 14 anos, com telecinese e uma inteligência gigantesca para sua idade, o jovem prodígio conseguiu ser aprovado em duas universidades com notas máximas em seus testes. O garoto rapidamente faz amizades com outros adolescentes do local e, junto a eles, arma um plano para que possa fugir do instituto e resgatá-los posteriormente, porém com o imenso poder e influência urbana, os líderes do instituto não permitirão que sua ideia saia como planejada. Cheio de emoção e envolvimento, lembrando em muitos aspectos o livro 'It - a Coisa' do mesmo autor, 'O instituto' não deixa a desejar em nada e é uma leitura envolvente em que páginas e mais páginas serão viradas compulsivamente.
5 - A coragem de ser imperfeito (Brené Brown)
Fugindo um pouco do âmbito da ficção, 'A coragem de ser imperfeito' é um livro que entra mais no âmbito de literatura de auto-ajuda. Nos tempos atuais, acredito ser uma leitura muito útil e com várias aplicações pessoais que podem nos ajudar a enfrentar toda a situação de quarentena, ansiedade e insegurança. A autora procura mostrar como muitas vezes fugimos de nossas vulnerabilidades, achando que a exposição de nossas dificuldades demonstra fraqueza, mas que é preciso de muita coragem para enfrentar o nosso "lado negro". Também nos é exposto como fugir dos sentimentos negativos, faz com que nos fechamos para sentimentos positivos também: é preciso lidar com os dois lados para ter uma vida plena! A doutora Brené Brown é professora e pesquisadora há mais de 16 anos, ela estuda coragem, vulnerabilidade, vergonha e empatia. Seu livro ficou em primeiro lugar na lista do New York Times. Caso queira saber mais sobre o assunto, ela deu uma palestra para o Ted Talks falando sobre o poder da vulnerabilidade.
6 - Candyman: o lado doce e sádico do terror (Clive Barker)
Cliver Barker é um autor que possui uma narrativa extremamente descritiva, com um poder de criar uma imagem perfeita na mente daqueles que se atrevem a explorar seus livros, muitos o conhecem pela adaptação cinematográfica de seu livro de maior prestígio: 'Hellraiser'. 'Candyman' é um conto do autor, publicado originalmente em 1985, recebeu uma adaptação cinematográfica na década de 90, além de um reboot a ser lançado com a direção de ninguém mais, ninguém menos, que Jordan Peele ('Corra!' e 'Nós'). O livro é extremamente curto, possuindo menos de 100 páginas de história, mas isso não diminui em nada a obra. Nela, acompanhamos Helen, uma jovem universitária que está fazendo uma pesquisa antropológica para sua tese em uma vizinhança problemática. Ao investigar mais afundo o local, ela descobre sobre crimes brutais ocorridos no local, mas ao tentar investigar mais, a realidade a informa que certos boatos e lendas não devem nunca ver a luz do dia. A leitura é envolvente e, por seu curto tamanho, bem rápida.
7 - Maus (Art Spiegelman)
Saindo um pouco do livros e adentrando as HQs, temos uma obra prima dos quadrinhos: Maus. Sendo o título a palavra alemã para rato, a narrativa retrata a vida do pai do próprio autor em sua luta para sobreviver à segunda guerra mundial. Publicado originalmente em duas partes (a primeira em 1986 e a segunda em 1991), porém compilado atualmente em uma única versão, vemos a trajetória de Vladek Spiegelman, um judeu polonês que residia na Alemanha durante o período da posse de poder do partido nazista. O autor teve o esmero de apresentar em detalhes toda a repressão do inicial até as experiências pessoais do pai no período em que esteve no campo de concentração de Auschwitz. Duas coisas incríveis na HQ, além da própria narrativa em si, é que as nacionalidades dos personagens são retratadas como se fossem animais: os judeus são ratos (pois eram chamados de ratos pelos alemães); os alemães são gatos; os ingleses, cachorros e os poloneses, porcos. Outra coisa que torna a narrativa muito envolvente é que o escritor fez questão de apresentar na própria história a forma como o pai contava as histórias da guerra, os traumas que ainda carregava e a relação de pai e filho que os dois possuíam. Vencedor do prêmio Pulitzer, 'Maus' é um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos.
E você, caro leitor? Já leu alguma das obras indicadas? Teria uma recomendação própria? Não deixe de deixar nos comentários.
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