Crítica: Parte 4 de La Casa de Papel (Contém spoilers)


Sendo uma das séries mais assistidas do mundo, La Casa de Papel retorna com sua 4ª parte sem perder seu poder de impressionar os telespectadores. Apesar de pecar na duração dos acontecimentos, parecendo até uma leve enrolação, as reviravoltas trouxeram as fortes emoções que caracterizam a série.

Retomada do ponto em que foi encerrada na temporada passada, temos a operação de Nairobi que foi baleada e, a partir daí, é possível ver uma nova narrativa construída, baseada na vulnerabilidade dos personagens e até mesmo do plano. Antes tinha-se uma visão de que o plano do Professor era infalível e sem pontas soltas, no entanto, ao longo dessa nova parte, o próprio Professor e o plano entram em colapso.

A temporada termina sem desfecho, nos fazendo questionar se realmente uma próxima temporada seria necessária se o assalto não tivesse se arrastado tanto pelos episódios. Porém,  a prolongação dos  acontecimentos, talvez esteja atrelada com a questão da vulnerabilidade, visto que a quantidade de flashbacks foi grande e nos trouxe temáticas muito interessantes como a transsexualidade.

O único erro ao abordarem essa temática foi a questão da escalação de uma atriz cis para interpretar Manila. A nova assaltante, que foi designada para se infiltrar entre os reféns, é interpretada por Belen Cuesta, que já participou da série Vis a Vis. A personagem é apresentada  em mais um flashback, onde ela, antes de sua transição, seria Juanito, grande amigo de Denver e seria adicionada ao assalto como um favor pedido por este e seu pai, Moscou.

 Se antes da quarentena La Casa de Papel era uma grande fonte de entretenimento, o lançamento da nova temporada, dia 3 de abril, foi um acerto para manter a audiência alta e consistente, visto que a maior parte dos espectadores está em confinamento. A montanha-russa de sentimentos se manteve também consistente, tendo em vista que um pôster que havia sido revelado mostrava alguém sendo carregado sob um lençol ensanguentado.

A narrativa nos indicava a crer que seria Nairobi, no entanto, logo nos episódios iniciais nos traz sua operação que foi um sucesso. Com uma virada de narrativa, o alvo volta a ser a personagem nos trazendo um mix enorme de sentimentos, assim como o jogo de gato e rato entre o Professor e a polícia, que manteve sua qualidade com a nova inspetora.

A verdade é que, não seriam necessárias tantas temporadas, uma história como a de La Casa de Papel poderia ter sido encerrada na segunda temporada. No entanto, com sua ótima direção e construção de roteiro, a série consegue fisgar o público de maneiras que vão para além das telas, como é possível observar no documentário La Casa de Papel: El Fenómeno, fazendo com que nos conectemos com os personagens e nos identifiquemos com estes, seja por seus erros, amores e até mesmo vontade de assaltar um banco e se tornar um milionário.




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