E se... Joel não tivesse resgatado Ellie dos vagalumes?



Longos dias e belas noites, geeks

Dando sequência a nossa segunda matéria do "E se...?", em que teorizamos como o que ocorreria em algum universo nerd se algo tivesse ocorrido de diferente. Hoje falaremos sobre o universo de The Last of Us, especulando sobre como ele seria se Joel não tivesse resgatado Ellie ao final do primeiro jogo, já anulando todos os fatos do segundo jogo. Já informamos que a matéria contém spoilers sobre ambos os jogos.

Tudo de volta ao "normal"?

Ainda que com o sacrífico de Ellie, com os vagalumes conseguindo desenvolver uma vacina para a infecção do Cordyceps, nada mais voltaria a ser como antes. A primeira dificuldade seria com a produção da vacina em escala industrial, o que na realidade deles, já seria algo impossível pela ausência de recursos. Ainda que com uma vacina já desenvolvida e numa larga escala, a quantidade de infectados em estágio irreversível já é enorme no jogo, fazendo com que a esperança fique para que novas pessoas não sejam infectadas, o que não mudaria muito o cenário atual. De qualquer forma, o universo de The Last of Us nunca mais voltaria a ser o que era antes, acho que o mais positivo que poderíamos ser é de que com centenas de anos, o vírus se tornasse instinto.

Se algum dia eu te perdesse, me perderia também.




Joel, um dos personagens mais fáceis de se identificar do games, deixa claro pelo desfecho do primeiro jogo e desenrolar do segundo o quão Ellie se tornou importante para ele. Pautado no sentimento de saudades pela filha Sarah, mas também identificando na Ellie a humanidade que ele havia abandonado, o homem que não mede esforços para alcançar seus objetivos, se veria sem chão ao ver o sacrifício de Ellie. Uma das possibilidades é que o anti-herói não aguentaria a pressão de perder novamente alguém com tamanha relevância, podendo abrir mão de sua sanidade e numa crise histérica, colocar sua própria vida em jogo.
Apesar da possibilidade de se tornar louco ser real, Joel sempre demonstrou uma inteligência emocional e sanidade excepcionais. Possível que se resignaria com o ocorrido e decidisse viver em total reclusão, tornando-se a mesma pessoa amargurada de antes, com ainda mais traumas para lidar e mais memória para remoer em seu isolamento. Ainda com o peso de não ter salvo Ellie ao ter oportunidade, algo que ele nem sequer teve com Sarah.

Quem detém a cura, detém o poder.



Os vagalumes nunca foram um grupo pacifista ou com interesse no bem maior. Inclusive, eram considerados terroristas. Ao ter em mãos uma vacina para a infecção, não sairiam distribuindo de graça por aí. Com certeza, iriam descobrir alguma forma de obter vantagem com isso. Provavelmente, haveria interesses políticas e financeiros por trás de tal empreitada. Marlene, como líder do grupo, iria se tornar uma figura respeitada, impondo condições que fossem de seu interesse, tornando-se o que poderia ser o mais próximo de um líder geral e colocando grandes condições para aquisição da vacina por terceiros. Tais condições poderiam envolver: submissão nacional aos vagalumes, pagamentos de uma taxa significativa ou pertencimento obrigatório ao grupo. Possível que o mundo se tornasse ainda mais caótico, levando a um conflito civil para obtenção da cura e um extermínio mais devastador que o vírus em si.

E os outros?



E como seria a vida de todo o resto? Convenhamos que os fatos do primeiro jogo tiveram influência direta para a história do segundo.
Abby teria outra motivação, com certeza ela se aproximaria de Owen, uma vez que não tivesse mais o objetivo de vingar o próprio pai que, com a relevância que possuía por ser médico, poderia facilitar um carga de destaque e liderança para a filha, que sempre mostrou-se com uma excelente aptidão para liderar grupos. Possível que ela se tornaria a líder seguinte dos vagalumes;
Os lobos, caso continuassem a crescer como grupo, fariam alguma parceria com os vagalumes. Isaac e Marlene demonstraram ambos ter interesses muito similares. Caso os vagalumes não decretassem supremacia aos outros, ambos acabariam tendo uma excelente história juntos, tal fato comprova-se pelo fato de Isaac ter tentado tal acordo junto aos Serafitas.
Falando nos Serafitas.... o grupo religioso surgiu pela adoração à profetisa. Agora, havendo uma cura real e palpável, seria necessário recorrer a fé numa situação dessa? Provavelmente, o grupo não teria o fator principal para incitar a fé em seus fiéis: desamparo total e incapacidade de enxergar solução para o cenário deles.
Todos os demais personagens não tinham alguma ligação importante ainda com Ellie ou não seriam afetados de forma significativa em seu cotidiano.

Tudo ocorre exatamente da forma que deve ser



Algo admirável em The Last of Us é que todos os fatos colaboram para uma trama envolvente e significativa, que tem a capacidade de falar de forma direta com os mais diversos públicos. Sinceramente, se Ellie tivesse se sacrificado, as coisas não teriam uma mudança significativa para melhor. A esperança do que poderia ocorrer fala mais alto que a realidade dos personagens. Como Joel disse: se tivesse a oportunidade de voltar, faria tudo da mesma forma.

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