Origem e Ressignificação
Diante um cenário musical marcado por grandes
produtoras e do clássico star machine, que era recorrente em todos os meios
artísticos, artistas nos Estados Unidos e no Reino Unido durante o final dos anos 70 começaram a se organizar de
forma autônoma e sem a infraestrutura de produção de estúdios para poderem lançar seus próprios trabalhos. Era uma tentativa direta de fugir da interferência dessas empresas
que monopolizavam o mercado.
Com a abertura de uma subcultura mais desenvolvida gerada pelo movimento punk-rock, o Indie foi
um termo cunhado pra se referir ao modo independente que alguém e/ou um grupo fazia para gerar a vinculação de suas músicas. Grandes nomes que iniciaram essa forma
alternativa de circulação artística foram Joy Division (1976) e The Smiths
(1982).
Joy Division |
The Smiths |
Como originalmente o Indie não seria um estilo musical
propriamente dito, ele atuou como uma subcultura para diversos gêneros como: Indie rock, Indie pop, Indie
folk, entre outros. Todos com o mesmo propósito de reafirmar sua forma de arte independente.
Entretanto, a partir dos anos 2000, começou a se popularizar uma estética mais específica para aquilo que era denominado de Indie, baseado principalmente em uma espécie de similaridade que havia entre artistas que se identificavam como tal. Melodias mais lentas, desenvolvimento de letras com
influência do romantismo com abordagens do cotidiano e experimentação sonora são
marcas dessas músicas. Uma grande parte dos artistas que representa esse cenário possui um visual urbano e com referências aos anos 50 e 60.
Algumas influências atuais e consideradas como pertencentes
a esse espectro dito como Indie que podemos citar é: Artic Monkeys (2002),
Interpol (1997), The Killers (2002), Florence and the Machine (2007), The
Neighbourhood (2011), The Strokes (1998), entre outros. Há o destaque para
artistas solos como Lana Del Rey, Lorde e Björk. Todos contam com sua identidade própria, tanto em músicas quanto em performances, mesmo que a questão de independência de empresas não seja sempre uma constante.
Artic Monkeys |
Florence and the Machine |
Capa do Álbum "Melodrama" da Lorde |
O Indie no Brasil, em seu significado original, foi sempre muito presente, mas a estética gerada
pelos movimentos britânicos e americanos chegaram ao Brasil durante a década de
80, principalmente nos grandes centros urbanos e com uma grande tendência para o Indie-rock.
A internet também facilitou a conquista de novos públicos,
saindo de algo específico e se tornando popular. Alguns nomes do Indie nacional
podem ser bandas como Autorama (1998) e a A Banda Mais Bonita da Cidade (2009),
ou solos como Rubel, Tiago Iorc, Anavitória, entre outros.
Autoramas |
A Banda Mais Bonita da Cidade |
Contudo, é importante lembrar que embora o termo de Indie seja usado de forma diferente nos dias atuais, ainda é muito comum que jovens brasileiros e no mundo todo comecem
suas carreiras produzindo de forma experimental e com as estruturas de uma casa
ao invés de um estúdio. Seja qual for o gênero que esse artista trabalha, se
ele não estiver vinculado a uma grande empresa ele é Indie. O cenário que
conhecemos hoje desse estilo só foi possível pelo apoio dessas pessoas, por
isso que é sempre bom estar divulgando e incentivando o trabalho daquele
artista local ou amigo que está produzindo. Fiquem atentos!
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