Sabemos que o Brasil é um território rico e, entre essas riquezas, existe uma formada, principalmente, na era das explorações territoriais do pau-brasil, do ouro, da cana de açúcar... essas explorações trouxeram imigrantes de variadas partes do mundo, a fim de lucrar com o que o solo brasileiro era capaz de oferecer.
As migrações trouxeram histórias e lendas que se fundiram à cultura indígena, muitas delas já enraizadas e outras popularizaram-se em fazendas e civilizações da época rapidamente.
Essas lendas foram passadas por várias gerações, ganhando detalhes e diferentes formas de serem contadas, de acordo com as regiões do país.
Passadas oralmente por pessoas mais velhas, traziam uma grande bagagem cultural e experiência de vida. Os contos eram ditos aos mais jovens sempre carregados com uma moral, com intenção de proporcionar ensinamento e desafiando-os a fazer as melhores escolhas.
Trazendo seres imaginários, numa roda familiar de conversa fantasiosa... assim nascia o folclore!
Folclore é o conjunto de tradições e manifestações populares constituído por mitos, provérbios, lendas, adivinhas, parlendas, danças e costumes que são passados de geração em geração.
A palavra “folclore” vem do inglês folk (povo) e lore (conhecimento) conhecimento do povo.
As principais lendas brasileiras são: Iara, Curupira, Mula sem Cabeça, Caipora, Lobisomem, Boitatá, Boto e Saci Pererê.
Monteiro Lobato
Esta literatura oral esteve presente por várias gerações. Entre os públicos ouvintes, surgiu o profundo interesse de um autor brasileiro chamado Monteiro Lobato.
José Bento Renato Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882.
Lobato foi alfabetizado pela mãe e logo despertou o interesse pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô, o Visconde de Tremembé.
Aos 13 anos, foi estudar em São Paulo, no instituto de Ciências e Letras, preparando-se assim para a faculdade de direito.
Monteiro Lobato era fascinado pela cultura regional e valorizava muito os costumes. Ele sonhava em mostrar um Brasil desconhecido por muitos através da fantasia, contava histórias com muito carinho e entusiasmo, tornando-se o primeiro autor de literatura infantil no Brasil.
Ele criou personagens que marcaram a infância de muitos como: a boneca Emília, Pedrinho, Narizinho, Dona Benta, Visconde de Sabugosa, Rabicó etc.
Todos inseridos nas aventuras do Sítio do Pica-pau Amarelo, um lugar cheio de magia.
Aos poucos, nesse sítio mágico, Lobato introduziu lendas folclóricas de muito valor como: a Cuca, a sereia Iara, a Mula Sem Cabeça, Saci Pererê, entre outros.
Através de suas obras ajudou a propagar lendas e mitos pelo Brasil inteiro.
Taubaté, cidade natal de Monteiro Lobato, tornou-se a capital da literatura infantil.
Ziraldo Alves
O segundo a explorar os personagens folclóricos é Ziraldo Alves Pinto, natural de Minas Gerais. Começou sua carreira, nos anos 50, em jornais e revistas, além de pintor, é caricaturista, jornalista, escritor, chargista, teatrólogo, dramaturgo, cronista, advogado e cartazista.
A fama começou nos anos 60, com o lançamento da primeira revista em quadrinhos escrita por um só autor: A Turma do Saci Pererê; surgiu então o autor preocupado em preservar a fascinante arte do folclore.
Criando personagens bem recebidos pelo público infantil, Ziraldo conquistou os corações com: O índio Tininin, Tuiuiú, Boneca de Piche, O Menino Maluquinho, Saci Pererê, além de agregar animais típicos do nosso país ao enredo das histórias, enriquecendo o conhecimento da criançada sobre cultura, costumes, fauna e valores.
Ziraldo é, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil.
Literatura de Cordel
A principal linguagem folclórica é a literatura de cordel, uma manifestação literária tradicional da cultura popular brasileira, mais precisamente do nordeste. Ela consiste em um livreto de poesia, escrito em linguagem informal e, por vezes, ilustrado.
No Brasil, adquiriu força entre 1930 e 1960. Muitos escritores foram influenciados por este estilo, dos quais se destacam: João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Guimarães Rosa, dentre outros.
O termo “cordel” é herança portuguesa e o nome é dado porque eram expostos em uma corda. Esse tipo de manifestação tem como principais características a oralidade e a presença de elementos da cultura brasileira. Sua principal função social é de informar ao mesmo tempo que diverte.
Ligada diretamente ao folclore, traz em versos, contos, lendas, histórias, repentes e ensinamentos. Uma verdadeira herança cultural que deve ser preservada.
O folclore brasileiro é bem diversificado e conta com atributos das culturas portuguesa, africana e indígena. O que justifica algumas palavras usadas na linguagem folclórica.
Na literatura folclórica podemos destacar a literatura escrita e a literatura oral. Essa última teve o seu nome dado por Sebillot (folclorista francês), para designar as manifestações culturais e de fundo literário, divulgadas oralmente. A literatura oral esteve presente por várias gerações.
Dizem que a imaginação do povo, com suas maneiras peculiares de expressão, é que espalha na terra os encantos, as ilusões e as virtudes.
O folclore representa a identidade social de diversas comunidades, sendo uma parte essencial da cultura brasileira.
Matéria escrita por Dailan Pereira
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