Alexa, estou com COVID-19? O uso das Inteligências Artificiais na detecção de doenças

Illustração de Rune Fisker

Você já invejou a forma como o JARVIS cuida do Tony Stark? Já imaginou ser diagnosticado e receber conselhos ou acompanhamento de sua saúde por sua assistente virtual somente ao falar com ela?

A revista cientifica Nature, em seu portal de notícias, divulgou esta semana um grande avanço tecnológico em desenvolvimento. Em março deste ano, enquanto os hospitais do mundo todo pediam doações de sangue de infectados e recuperados do COVID-19, em Israel o ministério da defesa e a empresa Vocalis Health pediram doação de vozes.

A Vocalis, empresa de análise de voz com escritórios em Israel e nos Estados Unidos, havia desenvolvido anteriormente um aplicativo para smartphone que podia detectar surtos de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), ouvindo sinais de que os usuários estavam com falta de ar ao falar. A empresa queria fazer o mesmo com o COVID-19 e convidou pessoas com teste positivo para o coronavírus a baixar o aplicativo de pesquisa Vocalis. Uma vez ao dia, eles iniciavam o aplicativo e faziam a descrição de uma imagem em voz alta e contando de 50 a 70. Estes dados foram comparados aos de pessoas com diagnostico negativo, na tentativa de identificar uma impressão de voz para a doença.

Na última década, diversas equipes de pesquisa desenvolveram com uso de inteligência artificial (IA) e sistemas de aprendizado de máquina potenciais biomarcadores vocais de uma ampla variedade de condições, incluindo demência, depressão, transtorno do espectro do autismo e cardiopatias. As tecnologias desenvolvidas são capazes de detectar diferenças sutis na fala das pessoas. 

A ideia é que de forma lenta e gradual vá se projetando ferramentas personalizadas para uso em consultórios médicos ou ensaios clínicos. Alguns sonham mais alto como Björn Schuller, especialista em reconhecimento de fala e emoção da Universidade de Augsburg, na Alemanha e Imperial College London, que está liderando um dos estudos COVID-19. Ele diz que no futuro, seu robô, sua Siri, sua Alexa simplesmente dirá: 'Oh, você está resfriado', e poderá sugerir como lhe ajudar.

O futuro tecnológico dos filmes de ficção podem estar mais próximo do que imaginamos...  

Fonte: Emily Anthes. Alexa, do I have COVID-19? Nature. 586, 22-25 (2020)Doi: 10.1038/d41586-020-02732-4. Disponível em www.nature.com/articles/d41586-020-02732-4. Acesso em: 02/09/2020.

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Revisado por Thai Santos

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