A divulgação do trailer do filme "Mulher Maravilha 1984", além de nos deixar bastante ansiosos para a data de estreia (prevista para 25 de dezembro nos EUA), também nos trouxe algumas perguntas sobre uma das vilãs do longa-metragem, a Mulher-Leopardo (do original Cheetah), que será interpretada pela atriz Kristen Wiig. A felina é uma das maiores vilãs do universo da DC Comics, sendo a principal - e mais antiga - inimiga da Mulher Maravilha, seja em produções audiovisuais ou nos quadrinhos.
Apesar de configurar nas produções da DC há décadas, a vilã não esteve presente no primeiro filme da princesa Diana, em 2017, e por isso pode ser uma novidade para o público mais novo. A RJG, para não deixar nenhum fã com dúvidas, vai contar um pouco da história da Mulher-Leopardo e abordar as principais curiosidades que cercam a trajetória dessa importante personagem.
Criada por Willian Moulton Marston (também responsável pela Mulher Maravilha da Era de Ouro dos quadrinhos) e H. G. Peter, a Mulher Leopardo apareceu pela primeira vez em Mulher Maravilha #06, em 1943. No entanto, foram Len Wein e George Pérez que criaram Barbara Ann Minerva, a versão mais conhecida da vilã, em Mulher Maravilha vol.2 #07, em 1987.
História sobre Bárbara Minerva, a Mulher Leopardo
Visual da Mulher Leopardo em 2020 (Imagem: reprodução) |
A personagem Bárbara Minerva era uma Doutora em arqueologia e caçadora de tesouros britânica que viu sua vida mudar após uma expedição feita na África. Atrás da cidade perdida de Urzkartaga, Bárbara e sua equipe foram sequestrados por aborígenes da tribo. A doutora conseguiu fugir e encontrou a cidade perdida que procurava. No entanto, tinha que impedir um ritual que estava sendo feito pelos nativos para dar imortalidade ao guardião da Cidade. A caçadora de relíquias, fascinada pelos poderes que receberia, resolveu participar do ritual, que se resumia no derramamento de sangue por uma adaga mística, e se tornar então a guardiã daquele lugar.
O rito, porém, não saiu como era esperado, pois era necessário que a nova guardiã fosse virgem, o que não era o caso de Bárbara. Esse problema amaldiçoou e trouxe consequências drásticas para a pesquisadora, que quando está em forma felina tem uma grande sede por sangue, sendo movida apenas por seus instintos animais e tornando uma temível vilã.
Com a transformação Bárbara ganhou aparência e poderes de um animal selvagem, concedidos pelo espírito do Leopardo. Dentre suas principais habilidades estão a velocidade, agilidade e super força. Além, é claro, de seus sentidos aumentados, presas e garras e uma durabilidade incrível, que a fazem aguentar ataques de heróis super fortes, como o Superman e a própria Mulher Maravilha. Essa sua durabilidade, no entanto, não a protege de ataques perfuradores como tiros e lasers.
Bárbara Ann Minerva como Mulher Leopardo (Imagem: reprodução) |
Em uma lista produzida pelo site IGN com os 100 piores vilões do universo DC e Marvel, a selvagem ocupa a 69° posição. Essa posição de destaque possivelmente contribuiu para o construção da narrativa dessa personagem nas histórias em quadrinhos, principalmente para um grande feito protagonizado pela vilã: ter matado a deusa Afrodite, em Mulher #76. O assassinato foi parte de um plano traçado por Lex Luthor, que planejava matar a Mulher Maravilha e todas as Amazonas, e, por isso, deu à felina a espada de God Killer, que é fatal contra qualquer Deus.
Momento em que a Cheetah mata Afrodite, em Mulher Maravilha #76 (Imagem: reprodução) |
Agora que você já está por dentro da história de Bárbara Minerva, que tal aprofundar ainda mais os seus conhecimentos com algumas curiosidades que enriquecem o papel dessa personagem que é importantíssima para a DC? Confira o top 3 das situações mais inusitadas da Mulher Leopardo:
Encarnações e versão masculina da Mulher Leopardo
A Mulher Leopardo já teve a sua versão masculina, na terceira encarnação dos quadrinhos (Imagem: reprodução) |
A personagem da Mulher Leopardo já teve, ao todo, quatro encarnações em diferentes fases da história. As duas primeiras foram protagonizadas por Priscilla Rith e Debora Domaine, que existiram na Era de Ouro e Prata, também conhecida como pré-crise. Priscila, a primeira encarnação, pode ser definida de forma resumida como uma pessoa completamente invejosa nos quadrinhos. Tomada por esse sentimento, seu antagonismo com a Mulher Maravilha começou quando, em um evento de caridade, se sentiu incomodada pelo fato da heroína ter atraído todos os holofotes da solenidade. Vale ressaltar também que a personagem sofria uma espécie de dupla personalidade e essa doença foi como um reagente para acelerar os seus conflitos com a princesa Amazonas.
Já Debora, a segunda encarnação da vilã, era sobrinha de Priscilla, mas só descobriu o segredo no leito de morte de sua tia, dito pela própria. Após o choque pela descoberta do grande segredo da família, que ficara ocultado por muitos anos, acabou desmaiando ali mesmo no leito, o que facilitou o trabalho do vilão Rei Kobra que foi ao local para sequestrá-la. O ato de Kobra fazia parte de um antigo plano que começou a ser tramado quando tentou recrutar - sem êxito - Priscila Rith, para uma organização criminosa. Após ser torturada e sofrer lavagem cerebral, Debora enlouqueceu e se tornou a nova Chita, fazendo parte da Sociedade Secreta dos Super-Vilões, que foram os inimigos da Liga da Justiça e iniciando os seus conflitos com a Mulher Maravilha.
Priscilla Rich (esquerda) e Debora Domaine (direita) (Imagem: reprodução)
Após a Crise nas Infinitas Terras, a Mulher Leopardo protagonizada por Rith continuou a existir, sendo assassinada em sua velhice por Barbara Minerva. Minerva foi a primeira personagem da Era Pós-Crise, mas como já falamos sobre a arqueóloga caçadora de relíquias e sobre sua transformação em Chita, vamos avançar à quarta encarnação da vilã, ou melhor, do vilão. Sim, é isso mesmo. A Mulher Leopardo já teve a sua versão masculina, o argentino Sebastian Ballesteros, que além de muito rico, era amante de Circe, uma grande inimiga das Amazonas. Sebastian conseguiu o posto de "Homem-Chita" ao convencer o deus Uzkartaga de que um homem seria a melhor escolha para receber os poderes místicos pela possibilidade de melhor desenvolvimento das habilidades, sobretudo da força. Para recuperar o posto, Barbara se vingou e matou Ballesteros, ofereceu seu sangue como sacrifício e voltou a ser a Mulher Leopardo.
Poderes mágicos apenas nas duas últimas encarnações
Já falamos quais são os principais poderes da Mulher Leopardo. O que talvez você não saiba é que suas habilidades mágicas, como velocidade, agilidade, super força e sentidos aguçados só foram atribuídos à vilã a partir da terceira encarnação. O que significa que os primeiros confrontos contra a princesa Diana, protagonizados por Priscila Rith, foram movidos por um sentimento de inveja que inibiam qualquer raciocínio lógico por parte da vilã. A primeira versão da Mulher Chita enfrentava a Mulher Maravilha apenas com suas habilidades em acrobacias, artes marciais e fazendo uso de armas. Já na segunda encarnação, Debora recebeu treinamentos de Kobra para que aprendesse a lutar tão bem quanto sua tia, além de ser agraciada com um traje que tinha garras afiadas implementadas nele. Dessa forma, se tornou uma adversária que apresentou mais dificuldades à heroína de Amazonas.
Relacionamentos
No Brasil, a Mulher Leopardo ficou conhecida sobretudo pela participação em dois desenhos animados. Os Super Amigos, icônica animação da década de 1980, e mais recentemente, A Liga da Justiça, lançado em 2002 e transmitido pelo SBT e Cartoon Network. Além disso, a vilã também fez parte de filmes do Universo Estendido da DC como, por exemplo, Liga da Justiça: Legião do Mal e Esquadrão Suicida: Acerto de Contas.
E foi através do desenho da Liga da Justiça que a Mulher Cheetah protagonizou o seu maior momento romântico nas telinhas. A felina participou de uma cena de beijo com o Batman, na segunda parte do episódio 19 da primeira temporada (confira a partir de 1'58"). O contexto do beijo se deu quando o Homem Morcego, depois de capturado pelos membros da Liga da Injustiça, seduziu a Mulher Leopardo para que conseguisse se libertar. Vale ressaltar que no vídeo apresentado a seguir, o herói dá a entender que a Mulher Leopardo não se originou de poderes místicos, mas sim de um tipo de cruzamento genético feito por ela mesma.
Já nos quadrinhos, a vilã também se envolveu amorosamente com outros personagens, mas dessa vez, vilões. Os principais casos foram com o professor Zomm e Lucas Snaper Carr. Há relatos de que sua relação com o professor era mais sexual, apesar do vilão ter sido importante para a felina desenvolver melhor o seu poder de velocidade, além de ter a ajudado a assassinar Priscila Rith, antiga Mulher Leopardo. Já com Lucas, o romance era mais real. Eles se conheceram quando trabalharam juntos na organização secreta conhecido como Xeque-Mate.
Fonte: Legião dos Heróis e DC Comics
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