Os pesquisadores acreditam que o
problema será causado por um fenômeno geográfico conhecido por subsidência, que
pode ser traduzido como o rebaixamento da superfície causado pela exploração e extração
de recursos naturais como água, óleo e gás natural do subterrâneo. Este fenômeno
reduz permanentemente a capacidade de estoque dos aquíferos e leva à formação
de fissuras terrestres, prejudicando prédios e infraestruturas civis, além de
aumentar a suscetibilidade e o risco de inundações.
De acordo com a pesquisa, as áreas mais
afetadas serão aquelas próximas a cidades e locais de exploração e irrigação,
onde a pressão da água é alta e há grande demanda nos subterrâneos. A
demanda por água subterrânea já tem causado implicações sérias para a humanidade, e isso deve aumentar
nas próximas décadas.
A cada ano vemos os efeitos deste fenômeno, em 2018, por exemplo, foi apontado que Jacarta, capital da Indonésia, havia afundado 2,5 metros em 10 anos, com uma expectativa de continuar descendo 25 centímetros por ano. A cidade que afunda mais rápido no mundo inteiro está localizada no Irã, onde a cada ano, fica 25 centímetros mais funda por conta de um bombeamento irregular. Na Europa, o local mais impactado são os Países Baixos, onde a subsidência é responsável por colocar 25% do país abaixo do nível do mar, o que aumenta o risco de inundações.
Em outros continentes, como é o caso da África, da Austrália e da América do Sul, os riscos da subsidência são menores devido ao esgotamento das águas subterrâneas. Os resultados, de acordo com os pesquisadores, mostram que 97% da população exposta globalmente está concentrada em 30 países – sendo que a Índia e a China são as líderes em termos de extensão e população exposta.
Este cenário desencadeado pela subsidência tende a piorar devido as mudanças climáticas, o aquecimento global promove o aumento do nível do mar gerando inundações cada vez mais frequentes e severas, bem como secas e mudanças no valor de precipitação (chuvas, nevascas), e um aumento na evapotranspiração. As secas prolongadas irão diminuir o carregamento destas águas subterrâneas e aumentar o seu esgotamento, intensificando assim este fenômeno.
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