É engraçado pensar que, mesmo gostando bastante de cultura pop nipônica, nunca tive oportunidade de visitar os tão falados eventos de anime, seja por causa da idade, seja por questão monetárias. Sempre via as matérias dos eventos, principalmente o do grande Anime Friends, que faz parte do imaginário otaku a dezoito anos. Grande foi a minha alegria ao receber o convite para cobrir o evento no Rio de janeiro, em sua segunda edição, e posso dizer que, ainda que com algumas ressalvas, foi ótimo.
Talvez o maior mérito de visitar eventos como este, quais tipos de pessoas vão visita-los, quase que como se fosse um pequeno censo. Me fez muito alegre, no caso do AF, a pluralidade de pessoas que estavam indo ao evento, as primeiras pessoas que vi enquanto estava indo ao evento, era uma família: uma filha adolescente, e os pais, na faixa dos seus 50 anos, todos eles muito animados por sinal, e foi o que vi durante todo o evento: Famílias inteiras vestidas de seus personagens favoritos, casais com crianças pequenas, adultos e adolescentes, mostrando que, de fato, o publico otaku se renovou e que os eventos de anime, como o AF, continuam tendo um papel crucial nessa renovação.
Pausa para descanso/ Foto: Gabriel Galdino |
O clima amigável entre as pessoas dentro do evento também me deixou simplesmente maravilhado. Não deixei de pensar, sendo a primeira vez que visitava um evento dessa magnitude, a liberdade que todo mundo tinha ali de passear fantasiado de seu personagem favorito, dançar na Arena Kpop, fazer Jojo poses nos painéis das meninas do Paponerdca, ou cantar com toda a voz no Painel do Jbox, me deram uma sensação de pertencimento e liberdade que o publico otaku só consegue manifestar em eventos como esses.
Falando em Painéis, o que não faltava no evento eram atrações: No palco principal, tivemos apresentações de bandas como a Danger 3, Anime Project e o ultimo show da lendária Matsuko Mawatari, interprete das aberturas de Yu Yu Hakusho. Além disso tivemos também palestras dos amados dubladores Guilherme Briggs e Wendell Bezerra, além dos já clássicos concursos de Cosplay.
A pista de K-pop também fez a alegria de seus fãs, com diversas atrações, passando por painéis explicando o estilo musical, Workshop de Dança, além da pista livre para o pessoal dançar á vontade.
Mas as principais atrações, na opinião desse humilde redator, se deram nos diversos painéis divididos nos dois dias de evento, que cobriam diversos assuntos. Tivemos papos muito legais com as meninas do paponerdca, conversando sobre animes musicais, a importância das personagens femininas nas obras orientais, por exemplo. Também tivemos painéis com os dubladores de Tokyo Revengers e Yu Yu Hakusho, além dos também já clássicos painéis de editora, no caso do Rio de Janeiro, só com a Editora Newpop.
Painel das meninas do Paponerdce/ Foto: Gabriel Galdino |
Porém, nem tudo são flores. Foi fácil constatar que, ainda que eu houvesse uma boa gama de atrações no evento, não tinham muitos estandes, e as que tinham, não interessavam muito o publico. No que diz respeito a compras, tínhamos somente um stand de compra de mangás, o que para o maior evento de cultura pop japonesa no brasil é um tanto estranho. Só o fato da maior editora de mangas do Páis ( em mangás publicados) não estar lá já dá uma sensação de um evento "capado" se compararmos com São Paulo, por exemplo.
Outro problema do evento diz respeito aos preços praticados. Não é mistério para ninguém que vivemos em uma época complicada para consumir produtos não essenciais, mas seria interessante, principalmente para uma evento com uma quantidade tão grande de jovens, que os produtos ofertados tivessem um preço um pouco menos salgados, até mesmo como forma de expandir, por meio do consumo, a cultura otaku. Porém, quem esteve no artist Allet consegui comprar alguns produtos bem interessantes por um preço camarada.
No final, não resta dúvida que o Anime Friends fincou de vez os Pés no Rio de Janeiro, trazendo aos Otakus cariocas a emoção de participar do evento mais tradicionais do Brasil.
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