(A reprodução. Netflix.) |
Título: Um Perfeito Cavalheiro
Autor: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 304
Ano de Publicação: 2014
Boa noite, leitores!
Aqui, iniciamos essa coluna com resenhas do nosso Clube do Livro. Confesso que nunca li muitos romances de época, o máximo que cheguei perto desse gênero foi com Orgulho e Preconceito de Jane Austen, e esse é o mais delicioso desafio de um Clube do Livro: deixar o destino escolher sua próxima leitura, você gostando ou não!
Um perfeito Cavalheiro é o terceiro volume dos Bridgertons da autora Julia Quinn. Este volume conta a história de Benedict Bridgerton e Sophie Beckett e é uma releitura de Cinderela. Benedict é o segundo dos irmãos Bridgerton; ele é um rapaz incomodado de ser visto como "só mais um" Bridgerton, e por conta disso acaba escondendo algumas particularidades suas até mesmo da família.
Sophie é uma garota doce, filha bastarda do Conde de Pennwood que nunca assumira a paternidade, apenas a criou como sua pupila. Quando tinha 8 anos, o Conde resolvera se casar com Araminta, que já tinha duas filhas. Ao saber disso, Sophie acha que faria parte da família e ganharia duas irmãs, mas a madrasta não suportava sua presença e instruiu as filhas a maltratarem Sophie. Mais tarde, o Conde faleceu, mas deixou em testamento que Araminta ganharia uma pensão para manter Sophie na casa; mesmo assim, ela era tratada apenas como uma empregada.
(Na Nossa Estante.) |
Como em Cinderela, esse livro também tem um baile que Sophie não poderá ir, mas ela acha um jeito de pegar roupas escondidas e vai mesmo assim. Durante a festa ela conhece Benedict, por quem se apaixona perdidamente, mas ao soar meia-noite ela precisa sair correndo. No dia seguinte, Araminta descobre que ela foi ao baile e a expulsa de casa.
Sophie foge para o interior e vai trabalhar em uma casa no campo da família Cavender. Alguns anos se passam até que Benedict aparece nesta casa durante uma festa e, sem reconhecer Sophie, a ajuda a sair de lá e promete que vai dar a ela um emprego na casa da mãe, Violet Bridgerton.
A partir daqui, conhecemos melhor a família Bridgerton. Sophie se torna próxima da matriarca e de suas filhas mais novas, e esse foi um ponto que eu gostei, o livro explora bastante a relação entre os irmãos, mostrando uma atmosfera de carinho e cumplicidade.
Enquanto isso, irremediavelmente Sophie e Benedict se aproximam e tornam a se apaixonar. Mas nem tudo são flores: Sophie sabe que ele, enquanto de família rica, não poderá assumir relacionamento com uma camareira, e ela não está disposta a se tornar sua amante – vide a sua mãe que fora amante do Conde, e tudo o que lhe acarretou. E Benedict sabe que não pode perdê-la de vista, mas está dividido entre seguir seu coração e entre a moral da sociedade.
Mas sua mãe é mais perspicaz do que ele pensa. Assim que Benedict chega com Sophie, ela repara que tem algo entre eles. Eloise, a mais velha das filhas solteiras, é igual à mãe e também sabe que tem algo acontecendo. Ela também é a que tem pensamento rápido, sempre questionando o porquê de as mulheres não terem direitos iguais aos dos homens, como em educação, e contestando que mesmo estudando de casa, a educação feminina é tão importante quando dos meninos.
Preciso falar da figura de Lady Whistledown, a personagem que esteve presente pairando por todo o livro. Eu nunca assisti a série e este é o primeiro livro Bridgerton que pego, então vamos lá: Lady Whistledown é uma colunista misteriosa do jornal. Ela tece comentários a respeito das figuras mais importante e famosas de Londres – idades, roupas, interações – incluindo acontecimentos como festas, velórios, casamentos, etc. É uma sessão de fofoca! E ninguém sabe sua verdadeira identidade, nem como ela consegue descobrir essas coisas.
Achei bem legal essa forma das notícias circularem, e de como as pessoas acabam sabendo tudo através dessa coluna. Em uma época que não existia outros meios de comunicação, achei isso inovador!
Um ponto que não gostei foi a releitura em si, achei que ficou perdido no meio da história, como se não se conectasse com outros pontos. Mesmo assim, teve partes legais que você consegue ler do começo até o fim, sem perceber o tempo passando. A escrita de Julia Quinn é gostosa e fluída.
Admito que páginas inteiras eu passei lendo rápido, e outros trechos quase não li, devido a barrigas e repetição na história. Afinal, é Cinderela, nós sabemos como isso vai terminar! E sim, termina exatamente como é. Até mesmo a irmã malvada e outra boazinha estão presentes.
Esse definitivamente foi o ponto que menos gostei: tudo dentro do núcleo principal é previsível. Acho que os núcleos adjacentes e complementares, como a de Violet e das filhas, foram os que mais gostei porque agregaram mais elementos e destoaram um pouco da releitura.
Fiquei curiosa para ler os outros livros, principalmente o do próximo irmão e sua pretendida, porque foram personagens que gostei muito de conhecer. Mas por enquanto, vou esperar para pegar a próxima leitura do Clube do Livro!
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