De BH a Vitória | Viajamos na segunda maior rota de trem do país

Olá, desta vez o assunto sai um pouco do campo literário e tecnológico e vai para o meio físico, vamos falar sobre a segunda maior viagem de trem regular do Brasil, ligando Belo Horizonte à Vitória.


Vagão do Trem - Foto feita na partida em Belo Horizonte


Vou falar um pouco sobre essa viagem de mais de 13h de duração, mais de 600km, 30 cidades, belas paisagens e muita história.

A História

A história dessa linha férrea começa no final do século XIX, a ferrovia Vitória - Minas tinha o objetivo inicial de transportar minério de ferro das minas de Minas Gerais para o porto de Vitória. A primeira viagem oficial rolou em 1904, marcando o início de uma rota que se tornaria vital para a economia local e uma opção de transporte única para passageiros. Sendo que até hoje é grande o transito de trens levando minério de ferro do interior de Minas para os portos do Espirito Santo.

A Jornada

Todos os dias dois trens fazem a rota, um partindo da estação central de Belo Horizonte e outro partindo da estação Pedro Nolasco (Cariacica), pontualmente às 7:00h. Uma das primeiras coisas que surpreende é a procura do público, o trem partiu lotado e permaneceu assim por todo trajeto.

Antes das 6:30h a estação já estava lotada

Isso se dá ao fato do trem passar por diversas cidades, servindo de principal meio de transporte para estudantes e moradores de cidades do interior mineiro com as capitais dos estados. Além de, assim como eu, um público que busca conhecer mais sobre e viver a experiência de uma viagem tão longa e bela como essa.

Trajeto da Ferrovia - vale.com


Na rota, o trem passa por diversas cidades, se destacando Governador Valadares e Itabira (cidade onde existe um memorial e museu dedicado ao poeta Carlos Drummond de Andrade) levando muitos fãs a utilizarem a ferrovia para conhecer mais sobre ele.

Além da parte histórica, o horizonte é um ponto a se destacar. Grande parte do trajeto acontece margeando o Rio Doce, com paisagens exuberantes, mesclando entre trechos de serra e planícies.


Rio Doce

Conforto

Esse foi um ponto crítico, pois a classe econômica não é muito confortável, principalmente levando em consideração uma viagem com essa duração. O trem também possui classe executiva, mas os bilhetes devem ser comprados com uma certa antecedência. 

Mesmo assim, existem algumas comodidades como tomadas 220V para carregar celulares ou notebooks (próximo ao meu assento um cara estava jogando Modern Warfare 2 durante a viagem), uma bandeja no assento que se assemelha as de aviões e um bagageiro bem amplo, além das refeições servidas no vagão restaurante e dos lanches vendidos por funcionários.

Isso é outro ponto que merece destaque, os funcionários. Todos são incrivelmente gentis, educados e atenciosos.

Conclusão da Viagem

A viagem foi linda, a equipe do trem muito gentil e acolhedora, mas aguentar uma viagem das 7:00h até as 21:30h não foi algo fácil. Me arrependo? Não, foi uma experiência incrível que rendeu boas lembranças. Faria novamente? Talvez na classe executiva ou dividindo o trajeto total em duas ou três fases para quebrar um pouco o cansaço.

Mas é uma experiencia legal para se experimentar, com preços acessíveis em ambas as classes (mais baratas que ônibus), a viagem vale a pena para quem quer conhecer cidades pequenas com arquitetura clássica, paisagens lindas e viver uma experiência de viagem única, que existe a mais de um século.




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