Filme brasileiro "Ainda Não É Amanhã" é premiado no Festival do Rio

 

A atriz Mayara Santos recebeu troféu pela atuação em "Ainda não é amanhã".
Reprodução/ Divulgação - Embaúba Filmes.

Além da Menção Honrosa entregue ao curta-metragem “O Céu Não Sabe Meu Nome”, o 

Festival do Rio 2024 também anunciou no domingo, dia 13 de outubro, os vencedores do Troféu Redentor da Première Brasil. “Ainda Não É Amanhã” ganhou o Prêmio de Melhor Atriz para a atriz Mayara Santos, que participou da mostra competitiva, na seção Novos Rumos dessa edição do Festival do Rio.

A cerimônia de premiação aconteceu no clássico Cine Odeon, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, sendo apresentada pelos atores Fabíola Nascimento (Estômago, 2007) e Juan Paiva (Nosso Sonho, 2023). Dirigido pela pernambucana Milena Times, diretora do curta-metragem Represa (2016), “Ainda Não É Amanhã” competia com mais sete filmes na seção Novos Rumos.

Teaser "Ainda Não É Amanhã."
Divulgação/ Reprodução - Embaúba Filmes.

Com distribuição da Embaúba Filmes, o longa-metragem conta a história de amadurecimento de Janaína (Mayara Santos), uma jovem negra de 18 anos criada pela mãe (Clau Barros) e pela avó (Cláudia Conceição) na periferia de Recife. Diferente das gerações anteriores, Janaína está cursando faculdade e tem a chance de ser a primeira da família a conquistar um diploma universitário. No entanto, esse sonho é abalado ao descobrir que está grávida, o que a obriga a repensar todos os seus planos, trajetória familiar e escolhas futuras.

Milena Times, diretora do longa-metragem, declarou recentemente que o desejo de fazer o filme surgiu da vontade de explorar as dinâmicas existentes em famílias formadas por mulheres. Além disso, ela também quis abordar o tema da maternidade sob uma perspectiva diferente.

“Mulheres optam pela interrupção voluntária da gravidez em qualquer lugar do mundo, por inúmeras razões, independente de ser permitido. As restrições sociais e legais só contribuem para que seja uma prática insegura e desassistida, especialmente para a parcela de mulheres com menos instrução e poder aquisitivo. Boa parte dos efeitos individuais e sociais mais danosos são resultado da própria criminalização, do silêncio, da falta de informação (via Sinny Comunicação).”

Com o roteiro em processo de desenvolvimento desde 2016, Milena também comentou que a história passou por muitas alterações para se adaptar as condições atuais brasileiras: “Ao invés de avançar na discussão, vemos direitos já previstos por lei serem sistematicamente ameaçados. Por isso, me parece ainda mais relevante tratar sobre o assunto (via Sinny Comunicação).”

“Ainda Não É Amanhã” se destaca por oferecer uma perspectiva íntima, realista e sensível sobre o tema. A diretora não teme expor a opressão imposta por uma sociedade conservadora e desigual. Embora esses impactos sejam sentidos com intensidade, o filme também apresenta um universo de possibilidades, onde o acolhimento entre mulheres é possível e uma ferramenta importante.


“Parto muito da sensação – ou seria uma constatação? – de que, via de regra, tanto na vida cotidiana como nos momentos críticos, nós mulheres só podemos contar verdadeiramente umas com as outras. Em se tratando da maternidade, ou da escolha de não ser mãe, talvez isso seja ainda mais verdadeiro. Mostrar essa rede de cuidado, suporte e cumplicidade entre mulheres também sempre foi um dos meus desejos com esse filme. (via Sinny Comunicação).”

O longa-metragem foi finalista do Prêmio Cabíria de Roteiros e agora celebra mais uma vitória com a premiação no Festival do Rio.



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