Crítica | Ninguém Quer - E01S03


No terceiro episódio da série Ninguém Quer, novos detalhes sobre os personagens são revelados, incluindo seus nomes, descobertos de maneira inusitada em um hospital. 

Divulgação/Netflix
 
No episódio 3 da série Ninguém Quer, finalmente descobrimos o nome de alguns personagens! Eles estavam em um hospital, o motivo pelo qual ocorreu a mentira no episódio anterior. Aqui estão os nomes: O irmão de Noah se chama Sasha; Ilah é o nome do pai deles; e Ester, da esposa de Sasha. Os nomes apareceram em etiquetas coladas no peito, e confesso que achei essa uma forma peculiar de saber os nomes, porque confesso que não ouvi eles sendo pronunciados nesses episódios.

A cena no hospital foi um drama daqueles. A ex do Noah, Rebeca, sofreu um acidente de carro e quebrou o pulso da mão, tendo que passar por uma cirurgia. Ela não aparece no episódio, mas sua família culpa Noah por isso. Aliás, a própria família do Noah pensa isso, e em certo momento, A esposa de Sasha, Ester – que, por acaso, é melhor amiga de Rebeca –, diz a Noah que ele não está apenas se separando de Rebeca, mas da família. Uma frase bem pesada e forte.

A irmã de Joanne também acha difícil esse relacionamento dar certo, afinal, na visão dela, eles formam um casal bem estranho.

Hopper Stone/Netflix

Ela chega a dizer que Noah tem uma vibe mais religiosa: é mais certinho, centrado e responsável, ao contrário de Joanne. Em uma gravação do podcast das duas, surge um convidado especial que é capaz de ler auras, e ele disse que não consegue ver a aura de Joanne. Joanne, que é mais cética com relação a esses assuntos mais esotéricos e místicos, debocha da situação, e o leitor de auras diz que quanto mais afastada de Deus for uma pessoa, maior é a probabilidade de não ter aura.

Achei essa fala muito pesada. Em outros momentos do episódio, a família de Joanne a trata como se fosse uma pessoa irresponsável e inferior. As cenas vão gerando um contraste em que nosso suposto casal protagonista, Joanne e Noah, se sentem horríveis por conta do julgamento das pessoas. E por não fazerem aquilo que as outras pessoas gostariam que eles fizessem.

Diria que o ponto alto do episódio foi Ilah, o pai do Noah. O ator Paul Ben-Victor, conhecido por interpretar o treinador Roy Thurman na série "Todo Mundo Odeia o Chris" aparece pouco, mas sempre dizendo algo necessário. Quando Noah pede um conselho e pergunta se deveria voltar com a ex, Rebeca, o pai diz que não seria má escolha, e que ele poderia ser feliz com a Rebeca. 

Divulgação/Netflix

Eles se casariam, teriam filhos, as famílias já se conhecem, um está inserido na cultura do outro, e tudo seria mais fácil. Porém, deixa bem claro que a escolha depende única e exclusivamente do Noah, pois no final das contas quem vai vivenciar tudo isso é ele mesmo. E que por mais que as pessoas possam ter opiniões do que é o melhor, cada pessoa tem sua própria vida e sua trajetória, e ninguém vai querer lidar com as consequências das escolhas dos outros.

Esse é um pensamento que pode ser aplicado a qualquer situação da vida. Um exemplo clássico é a escolha de carreira. As pessoas podem te aconselhar sobre qual curso e qual carreira seguir, mas no final das contas é você quem vai ter que estudar e trabalhar com aquilo. As consequências da sua escolha são suas e não dos outros.

Essa série continua me cativando, pois a cada episódio, novos temas para reflexões são trazidos à tona. Quando terminei o terceiro Episódio, fiquei pensando nas pessoas que são ateias ou agnósticas, e o quanto elas devem passar por preconceito e ouvir comentários desnecessários. Independente de religião ou não, penso que uma pessoa não pode ser definida como boa ou ruim por ter uma fé ou não, pois o que define uma pessoa ser boa ou não são suas ações, seus atos de bondade no dia a dia.

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