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Como vimos na terceira parte, a franquia desandou totalmente, perdendo sua essência, buscando muitas maneiras de inovar mas errando em todas. Porém, a EA não desistiu e conseguiu entregar bons títulos, apesar de alguns erros, revitalizando a franquia. Nessa última parte da homenagem, vamos falar sobre os games atuais e estipular sobre o futuro da franquia.
Need for Speed: Rivals (2013) – Quando a Polícia Tem Mais Supercarros do que Você!
Lançado em 2013, Need for Speed: Rivals trouxe de volta a clássica rivalidade entre corredores e policiais, e a EA pensou: “E se a polícia tivesse Ferraris e Lamborghinis para perseguir?” Então, em Rivals, não importa o quanto você corra ou qual supercarro dirija, a polícia sempre terá um modelo igual ou melhor.
A ideia do jogo é bem legal no papel: um mundo aberto em Redview County onde você pode escolher entre jogar como um corredor (caçando pontos e fugindo da polícia) ou como um policial (caçando pontos e destruindo os carros dos corredores). O interessante é que o jogo é um híbrido de single-player e multiplayer. Basicamente, você está sempre em um servidor online onde outros jogadores podem aparecer a qualquer momento – sejam corredores ou policiais. Em teoria, isso cria uma experiência cheia de vida e ação, mas, na prática, às vezes você só quer uma pausa para respirar e o servidor insiste em te colocar no meio de uma perseguição com três viaturas e um helicóptero (mal de todo jogo online).
A progressão de Rivals é simples: você cumpre objetivos para ganhar Speed Points, que te permitem desbloquear e melhorar carros, além de habilidades especiais como o “Turbo” e o “EMP”. As perseguições são intensas, e os tech toys de corrida, como ondas de choque e bloqueadores de radar, adicionam um grau de dificuldade, mas podem frustrar quem queria uma experiência de corrida mais pura, onde são só carros correndo.
O mapa de Redview County é bonito e variado, com montanhas, desertos e florestas, mas a navegação deixa a desejar, já que o GPS não é tão intuitivo e algumas curvas parecem planejadas para destruir seus pneus. Isso até ajuda na experiência de fuga, onde qualquer erro de cálculo pode custar pontos preciosos – e a EA fez questão de deixar claro que qualquer erro seu vai doer no bolso. Se você for pego pela polícia, todos os Speed Points acumulados na corrida são perdidos, deixando você com um misto de frustração e vontade de arremessar o controle pela janela.
No fim das contas, Rivals é um jogo agitado e bonito, com uma rivalidade (com o perdão do trocadilho) intensa entre policiais e corredores, além de um multiplayer que te coloca em situações inesperadas (e algumas vezes frustrantes) a cada curva.
Need for Speed (2015) – A esperança é a última que morre!
Need for Speed (2015) chegou prometendo ser o grande retorno triunfal da franquia, trazendo tudo o que os fãs adoravam: carros tunados, corridas noturnas e a vibe das ruas que marcou os clássicos como Underground e Most Wanted (o de 2005, não confunda com o de 2012). O resultado? Um jogo visualmente impressionante, principalmente por conta do motor gráfico Frostbite 3 (usado na saga BF), mas que tropeçou em alguns aspectos.
O maior destaque, sem dúvidas, é o visual do jogo. Com gráficos hiper realistas e um estilo visual que mistura fotografia e gameplay de maneira quase perfeita, o game é, sem dúvida um dos mais bonitos da franquia.. A cidade de Ventura Bay é muito bem feita, tem a atmosfera noturna, mas não é tão agitada quanto Bayview de NFSU 2. Mas os efeitos de pista sempre molhada, os sons e os detalhes das ruas (e dos carros de NPCs) deixa o clima bem imersivo.
A jogabilidade não é das melhores, a física dos carros é meio "pesada" mesmo para um estilo arcade, mas com alguns minutos de prática você consegue dominar até os drifts. A questão da customização presente no game é algo que relembra os tempos de glória da franquia, você consegue customizar basicamente todos elementos externos do carro, desde carroceria até pastilhas e discos de freio, sem contar com toda a customização de motor, turbo, etc.
Já a história poderia ser melhor elaborada. A ideia de apresentar ícones da cultura automotiva (Ken Block, Magnus Walker, Akira Nakai, Shinichi Morohoshi e os Risky Devil) é interessante, mas superficial. O diferencial é que seu personagem não busca vingança, não enfrenta um cartel e nem tenta salvar o mundo – ele simplesmente corre. Isso torna a história mais realista, mas também menos envolvente, o que decepcionou muitos jogadores.
Outros pontos negativos do game bem criticados pela comunidade é a necessidade de sempre estar online, mesmo que você vá jogar no modo single player e a pouca quantidade de conteúdo, que a EA justificou alegando que NFS 2015 era um "teste" para desenvolverem um novo jogo.
Mas com todos defeitos, o game ao meu ver é o melhor da atual geração, bem divertido, bem bonito, sem supercarros e com uma polícia que diverte quando a IA funciona bem e no geral, se você gostou dos Undergrounds, vai gostar de NFS 2015.
Need for Speed: Payback (2017) – A esperança morreu!?
Quando a EA lançou Need for Speed: Payback, a promessa era clara: um NFS 2015 melhorado com mais conteúdo, uma história mais elaborada e uma melhor experiência. O resultado? Uma mistura de Velozes e Furiosos, Las Vegas e monetização. Acho que por isso o PAY no nome (piada sem graça), mas não tão sem graça quanto o game.
A história é o que deveria ser o maior foco. O jogo coloca você no controle de três protagonistas: Tyler (o corredor sério), Mac (o cara das manobras e drifts) e Jess (a piloto de fuga). Juntos, eles querem derrubar “A Casa”, um cartel criminoso que controla corridas, cassinos e até a polícia de Fortune Valley. Parece emocionante? Talvez no papel. Na prática, os diálogos são dignos de propagandas, os personagens têm zero carisma, e a narrativa parece um filme de ação barato que tenta imitar Velozes e Furiosos, mas sem o charme ou orçamento.
A cidade Fortune Valley é uma versão genérica de Las Vegas só que sem glamour, cercada por desertos e montanhas. Apesar de ser visualmente bonito, o mapa é tão morto quanto NFS 2015. As estradas são longas e vazias, com eventos que se repetem rapidamente. É um cenário que deveria ser muito vivo, mas acaba sendo esquecível e tedioso.
A jogabilidade combina diferentes tipos de corrida, de drifts a fugas policiais, mas sofre com uma física inconsistente e uma IA absurdamente desequilibrada. Por exemplo, em uma corrida você pode abrir uma vantagem enorme, mas a IA utiliza o clássico rubberbanding para tornar tudo frustrante.
Mas o maior problema de Payback é o sistema de progressão e micro transações. Ao invés de desbloquear melhorias com base no seu desempenho nas corridas, você é forçado a lidar com um sistema de “Speed Cards” – cartas que funcionam como peças para melhorar seus carros (sim, você melhora seu carro com cartas, saindo do sistema onde você compra peças e instala de acordo com a necessidade e como você quer tunar seu carro).
O problema? Elas são obtidas aleatoriamente, o que torna a progressão lenta e tediosa, a menos que você compre “Loot Boxes” com dinheiro real. Sim, Payback tentou empurrar monetização agressiva, o que fez o jogo virar um grande “Pay-to-Win”. E o único ponto que poderia ser positivo, as perseguições, são cheias de elementos cinematográficos, lembrando Burnout, tornando o game um verdadeiro espetáculo de circo, mas que não vale o ingresso.
Need for Speed: Heat (2019) – A esperança não morreu!?
Quando Need for Speed: Heat foi lançado em 2019, ele veio com a promessa de corrigir os erros do game anterior, que nem vou citar o nome. E até conseguiu cumprir uma parte dessa promessa. Com uma estética bem feita e uma jogabilidade mais fluida, o game deu uma sobrevida a franquia.
A ambientação do game é um dos pontos fortes. Se passando em Palm City, inspirada em Miami, repleta de luzes neon à noite, paisagens ensolaradas durante o dia e muito viva, com diversos NPCs tanto de manhã quanto à noite.
Essa dualidade de dia e noite não é apenas estética e merece os créditos como algo muito positivo também, ela influencia diretamente na jogabilidade. Durante o dia, você compete em corridas organizadas (correndo em uma espécie de torneio) e ganha dinheiro, enquanto à noite, entra no submundo das corridas ilegais, com rachas e fugas da policia, acumulando REP.
A personalização de veículos também é bem completa O game possibilita customizar até o som da buzina ou o ronco do motor, o que rende um bom tempo trabalhando na customização do veículo. É um retorno às raízes da franquia, lembrando muito Underground 2 e o 2015.
A história volta as narrativas surreais e heroicas. Você é um corredor novato tentando se destacar em Palm City enquanto enfrenta um grupo de policiais corruptos liderados pelo "impiedoso" tenente Mercer. Os personagens são genéricos e feitos em CGI, a história é apenas uma desculpa para justificar os acontecimentos do jogo, logo, não espere nada bem elaborado.
A física também melhorou em relação aos antecessores, com os carros ficando bem controláveis e ágeis, onde você pode ajustar se o carro vai ser mais "na mão" ou focado em drift. Outro ponto que merece destaque são os powerups que os carros possuem, você pode instalar efeitos ativos e passivos para auxiliar durante as perseguições.
No geral Heat não é um game ruim, bem longe disso, mas não é algo memorável ou que possua um fator replay.
Need for Speed: Unbound (2022) – Que efeitos são esses, dona EA?
Divulgação/Electronic Arts |
Lançado em 2022 Need for Speed: Unbound, tentou trazer algo que a franquia precisava desesperadamente: uma identidade e uma tentativa real de inovação. O game mescla elementos visuais realistas e elementos em cartoon.
A maior polêmica do game é o estilo visual. Carros realistas e bem detalhados são misturado com efeitos totalmente cartunescos quando você ativa o nitro ou derrapa. Sério, a primeira vez que você joga você se impressiona com o realismo dos carros e tal, mas quando usa o nitro aparece uma asinha colorida desenhada na tela e efeitos 2D que lembram animes.
Esses efeitos não mudam em nada a questão de jogabilidade e pasmem, a EA demorou MAIS DE UM ANO para liberar uma opção de desativa-los sem o uso de mods, mas já era tarde. Esses gráficos espantaram muitos jogadores que esqueceram o jogo, ainda mais em uma época onde existe The Crew e Forza Horizon.A customização e a física do jogo salgo algo do tipo "mais do mesmo", herdando praticamente tudo do seu antecessor Heat.
Já a história você mais uma vez é um corredor tentando se reerguer após um roubo de carros, competindo para recuperar o que é seu e se tornar o melhor da cidade. Os carros são modelados no estilo cartoon, lembrando o estilo de jogos como Borderlands. O mapa emula a cidade de Chicago, mas não é tão atrativo quanto Palm City, mas não deixa de ser bem vivo e bonito.
Unbound é outro jogo legal, mas nada memorável da franquia e o último por enquanto
The Need For Speed: ??? (FUTURO) - Sim, ainda tenho fé na franquia!
Existem rumores sobre o futuro da franquia, onde a Criterion e a EA estão trabalhando em um game com mundo aberto mais imersivo e atrativo tentando, mais uma vez, resgatar seu lugar no topo nos jogos de corrida arcade e lutar de igual com os principais títulos da atualidade: The Crew: Motorfest, Forza Horizon 5 e Test Drive Unlimited Solar Crown, jogos que conquistaram seu espaço mas nenhum tem a bagagem que Need for Speed Carrega, e como fã da franquia e do gênero espero, do fundo do meu coração, mais um sucesso para estar entre os melhores. Parabéns Need, muito sucesso e juízo para não repetir os erros do passado!
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